quinta-feira, 18 de março de 2021

#14 QUAIS SÃO AS TEORIAS DIFERENTES SOBRE A EXPIAÇÃO?

Por todo o curso da história da igreja, várias opiniões ou teorias diferentes sobre a expiação têm sido propostas por indivíduos ou organizações diferentes, algumas delas sendo verdadeiras, outras sendo falsas. Um dos motivos para isso é que o Velho e o Novo Testamento revelam muitas verdades sobre a expiação de Cristo, então é difícil, se não impossível, achar apenas uma “teoria” que engloba ou explica a riqueza dessa doutrina por completo. Ao contrário, o que descobrimos à medida que estudamos as Escrituras, é um retrato rico e de muitas faces sobre a redenção que Cristo tem executado. Um outro fator que contribui à existência de tantas teorias sobre a expiação é que muito do que podemos aprender sobre a expiação precisa ser compreendido da experiência e perspectiva do povo de Deus sob o sistema de sacrifícios do Velho Testamento. Já que ter uma opinião correta da expiação de Cristo é fundamental para entender a Bíblia como um todo, até mesmo uma análise das teorias diferentes pode nos ser útil.

A expiação de Cristo (seu propósito e o que cumpriu) é tão rica que muito tem sido escrito sobre esse assunto. O propósito desse artigo é providenciar um simples resumo das muitas teorias que têm sido propostas durante o percurso da história da igreja. Ao estudar as opiniões diferentes sobre a expiação, não devemos nunca esquecer do fato de que qualquer opinião que não reconhece o pecado do homem e o aspecto substitucionário da expiação é deficiente e herege.

Teoria do Resgate pago a Satanás:Essa opinião enxerga a expiação de Cristo como um resgate que foi pago a Satanás para comprar a liberdade do homem depois de ter sido seu escravo. Ela é baseada na crença de que a condição espiritual do homem é como um escravo de Satanás e que o significado da morte de Cristo foi para assegurar a vitória de Deus contra Satanás. Essa teoria tem pouco sustento bíblico (se é que tem qualquer sustento) e poucas pessoas defenderam essa opinião durante o curso da história da igreja. É herege porque acha que Satanás, e não Deus, foi quem exigiu o pagamento pelo pecado e completamente ignora as exigências da justiça de Deus como vemos nas Escrituras. Também tem uma opinião de Satanás ocupando uma posição mais alta do que a realidade e tendo mais poder do que ele realmente tem. Não há nenhum sustento bíblico para a idéia de que pecadores devem qualquer coisa a Satanás, e ao ler a Bíblia podemos ver que Deus é quem exige um pagamento pelo pecado.

Teoria da Recapitulação:Essa opinião enxerga a expiação de Cristo como uma ação para reverter o percurso da humanidade de desobediência a obediência. Ela acredita que a vida de Cristo resumiu todos os estágios da vida humana e ao fazer isso reverteu o percurso de desobediência iniciado por Adão. Essa teoria não tem nenhum sustento bíblico.

Teoria Dramática:Essa teoria enxerga a expiação de Cristo como tendo dois propósitos: assegurar a vitória em um conflito divino entre o bem e o mal, e ganhar a liberação do homem de sua escravidão a Satanás. O significado da morte de Cristo foi para assegurar a vitória de Deus contra Satanás e providenciar um caminho para redimir o mundo de sua escravidão ao mal.

Teoria Mística:Essa opinião enxerga a expiação de Cristo como um triunfo de Cristo contra a Sua própria natureza pecaminosa através do poder do Espírito Santo. Aqueles que defendem essa opinião acreditam que conhecimento dessa vitória vai influenciar o homem de uma forma mística e despertar sua “consciência de deus”. Eles também acreditam que a condição espiritual do homem não é o resultado do pecado, mas simplesmente uma falta de “consciência de Deus”. Claramente essa é umas das teorias mais hereges de todas, porque acreditar nessa teoria significa acreditar que Cristo tinha uma natureza pecaminosa. As Escrituras são bem claras ao declarar que Cristo era o perfeito Deus-homem e sem pecado em todo aspecto da Sua natureza (Hebreus 4:15).

Teoria de Exemplo:Essa opinião enxerga a expiação de Cristo como um exemplo de fé e obediência para encorajar o homem a ser obediente a Deus. Aqueles que defendem essa opinião acreditam que o homem é espiritualmente vivo e que a vida de Cristo e a Sua expiação foram simplesmente um exemplo de fé verdadeira e obediência e deve servir como inspiração aos homens a viver uma vida semelhante de fé e obediência. Essa e a teoria da influência moral são semelhantes, pois ambas negam que a justiça de Deus exige um pagamento pelo pecado e que a morte de Cristo na cruz foi o pagamento. A diferença principal entre a teoria da influência moral e a teoria de exemplo é que a primeira diz que a morte de Cristo nos ensina o quanto Deus nos ama e a segunda diz que a morte de Cristo nos ensina a viver. Claro que Cristo com certeza é um exemplo que devemos seguir, até mesmo em Sua morte, mas a teoria do exemplo deixa de reconhecer a verdadeira condição espiritual do homem- morto em delitos e pecado (Efésios 2:1) – e que a justiça de Deus exige pagamento pelo pecado, o qual o homem não é capaz de pagar de forma alguma.

Teoria de Influência Moral:Essa teoria enxerga a expiação de Cristo como uma demonstração do amor de Deus que causa o coração do homem a abrandar e arrepender-se. Aqueles que defendem essa teoria acreditam que o homem é espiritualmente doente e precisa de ajuda e que o homem é levado a aceitar o perdão de Deus ao ver o amor de Deus pelos homens. Eles acreditam que o propósito e significado da morte de Cristo foi demonstrar o amor de Deus pelos homens. Enquanto é verdade que a expiação de Cristo foi o exemplo supremo do amor de Deus, essa opinião também é herege porque nega a verdadeira condição espiritual do homem e nega que Deus realmente exige um pagamento pelo pecado. Essa teoria da expiação de Cristo deixa a humanidade sem um sacrifício verdadeiro e sem o pagamento pelo pecado.

Teoria Comercial:Essa teoria enxerga a expiação de Cristo como algo que traz honra infinita a Deus. Isso fez com que Deus desse a Cristo uma recompensa da qual Ele não precisava, e Cristo deu essa recompensa ao homem. Aqueles que defendem essa teoria acreditam que a condição espiritual do homem é uma que desonra a Deus e a morte de Cristo, a qual trouxe honra infinita a Deus, pode ser usada pelos pecadores para obter salvação. Essa teoria, como muitas outras, nega o verdadeiro estado dos pecadores não regenerados e sua necessidade de uma natureza completamente nova, disponível apenas em Cristo (2 Coríntios 5:17).

Teoria Governamental:Essa teoria enxerga a expiação de Cristo como demonstrando o quanto Deus valoriza Sua lei e como Ele encara o pecado. É através da morte de Cristo que Deus tem um motivo para perdoar os pecados daqueles que se arrependem e aceitam a morte substitucionária de Cristo. Aqueles que defendem essa opinião acreditam que a condição espiritual do homem é uma de quem tem violado a lei moral de Deus e que o significado da morte de Cristo foi para ser um substituto pela penalidade do pecado. Porque Cristo pegou a penalidade do pecado, é possível que Deus perdoe legalmente aqueles que aceitam Cristo como seu substituto. Essa teoria falha em não ensinar que Cristo realmente pagou pela penalidade dos pecados reais de qualquer povo, e mostra ao invés disso que Seu sofrimento apenas mostrou à humanidade que as leis de Deus foram quebradas e que algum tipo de penalidade foi paga.

Teoria da Substituição Penal:Essa teoria enxerga a expiação de Cristo como sendo um sacrifício substitucionário que satisfez as exigências da justiça Deus sobre o pecado. Ao fazer isso, Cristo pagou a penalidade pelo pecado dos homens por trazer perdão, por imputar justiça e por reconciliar o homem a Deus. Aqueles que defendem essa teoria acreditam que todos os aspectos do homem - sua mente, vontade e emoções- têm sido contaminados pelo pecado. Também acreditam que o homem é espiritualmente depravado e morto. Essa teoria acredita que a morte de Cristo pagou a penalidade do pecado por aqueles que Deus elegeu e escolheu salvar, e que através de arrependimento o homem pode aceitar a substituição de Cristo como pagamento pelo seu pecado. Essa teoria se alinha com a Bíblia de uma forma mais correta em sua opinião do pecado, da natureza do homem e sobre os resultados da morte de Cristo na cruz.



 

USUFRUINDO AS MARAVILHAS DE DEUS (Mateus 2.1-12) PENSAR 🤔 TEOLOGIA... Com Carlos Ribeiro: #05 - Adoração...


Sérgio detestava as manhãs do domingo. "Domingo significava igreja, e isso era Sinônimo de chateação", dizia ele. Para ele, a chateação começava com a primeira nota do órgão e continua durante todo o periodo de louvor. A melhor parte da manhã de domingo para ele era sair do estacionamento da igreja para almoçar. "Muita coisa que acontecia lá na igreja não parecia ser importante", disse ele. "Nós contávamos alguns hinos antigos, líamos alguns textos biblicos, escutávamos alguém falar por meia hora. Como algo assim pode realmente servir de adoroção Deus?" a A única coisa que mantinha o interesse de Sérgio na igreja era o grupo de jovens.

Num domingo à tardezinha, o grupo se reuniu perto de um lago. Eles começaram a fazer uma fogueira e alguém estava detilhando o violão enquanto todos olhavam o pôr-do-sol Sérgio estava sentado em silêncio, apreciando o reflexo do pôr-do-sol no lago calmo, 
até que a última mancha vermelho desaparecesse do céu. "Essa foi a coisa mais linda que eu já vi", disse, Carolina ouviu por acaso o que ele falou. Ela estava sentada tão quietinha que ele não tinha notado a sua presença. Ela perguntou: "Vocé acha que Deus nos ouve quando dizemos algo assim? Você acha que Deus se alegra quando desfrutamos um pôr do-sol?"

"Sim, acho que sim", respondeu Sérgio. Então, repentinamente, algo fez sentido para Sérgio sobre a adoroção. "Talvez uma parte da adoração seja apreciar algo que Deus fez pensou. "Ver o pôr-do-sol, uma borboleta, ou a chuva, e ser grato a Deus por ter um gosto tão bom. Estou certo?" Em outra ocasião, quando ele estava odorando na igreja, procurou observar as pessoas. Muitas faces apresentavam a mesma expressão de admiração que Sérgio sentiu no lago. Talvez esse sentimento de "uau!" seja adoração, ele pensou. Não é um simples ritual. É quando você vê ou ouve ou lembra coisas a ponto de segurar respiração, e então agradece e adora a Deus por isso.

Em Mateus 2.1-12, leia sobre o "uau!" que os sábios do Oriente (os reis magos) devem ter sentido quando viram e adoraram o menino Jesus. 

- De que forma os reis magos devem ter sentido o que Sérgio sentiu enquanto estavo observando o pôr do-sol?

- Em que momentos você tem experimentado um sentimento de "uau!" ao adorar, dentro ou fora da igreja? 

QUE TAL

- observar como sua igreja adora a Deus e descobrir o significado de cada parte do culto;
- visitar algumas igrejas com sua familia ou amigos, ver o que cada igreja faz de forma diferente quando adora a Deus.

PARA INFORMAÇÕES ADICIONAIS, VEJA... 

- Salmo 19.1-6 
- Lucas 9.28-36 
- Apocalipse 4.1-11

ENTENDENDO O CORAÇÃO DE DEUS (Isaías 6.1-8) PENSAR 🤔 TEOLOGIA... Com Carlos Ribeiro: #04-Adoração...

Quando João Wesley foi salvo de uma casa em chamas quando criança, ele estava convencido de que Deus o tinha salvo para um propósito. A medida que crescia na Inglaterra do século 18, ele usou toda a sua energia para cumprir a vontade de Deus na sua vida. Enquanto estudava na Universidade de Oxford, João liderou um grupo de homens conhecidos como o Clube Santo. Eles se reuniam para estudar a Bíblia e orar, e cuidavam dos doentes, pobres e prisioneiros, Após terminar seu trabalho na universidade, João e seu irmão, Carlos, velejaram para a América a fim de anunciar a mensagem de Cristo aos nativos da América.

João tinha boas intenções, mesmo assim sentiu-se um fracassado. Ele sobia que Deus lhe tinha dado um propósito na vida, mas parecia que não estava conseguindo levá-lo a cabo. Ele precisava conhecer e experimentar o coração de Deus antes de oferece-lo a qualquer outra pessoa. João e Carlos retornaram para a Inglaterra desanimados e desiludidos. "Eu fui para a América para converter os nativos", disse João, "Mas, quem vai converter a mim?" Então, algo maravilhoso aconteceu. No dia 24 de maio de 1738, João participava de uma reunião cristă em Londres, quando sua vida foi transformada. No seu diário, João descreveu o que aconteceu. "Senti meu coração estranhamente aquecido. Senti que estava confiando em Cristo, somente em Cristo para a minha salvação; e foi-me dada uma certeza de que Ele tinha tirado os meus pecados, sim, até os meus, e me libertado da lei do pecado e da morte."

João Wesley tornou-se um dos homens mais influentes da história da Cristandade. Durante os 52 anos seguintes, após aquela experiência em 1738, ele pregou mais de 40 mil sermões e viajou mais de 32 mil quilômetros, compartilhando a mensagem de Cristo com centenas de milhares de pessoas.

João precisou entender e adorar a Deus antes de procurar servir a Ele. O profeta Isaías teve uma experiência semelhante que deu inicio ao seu ministério. Leia sobre o encontro de Isaías com Deus em Isaías 6.1-8.

- Por que tanto João Wesley quanto Isaías precisavam entender o coração de Deus e odorá-lo antes de servir adequadamente a Deus?

- De acordo com este texto, o que você pode saber do caráter de Deus? 

QUE TAL...

- pedir que Deus se revele o você da mesma forma que Ele o fez a Isaías e João Wesley;

 - escrever um poema ou cântico de adoração a Deus, louvando-o pelas suas qualidades que você sabe são verdadeiras

PARA INFORMAÇÕES ADICIONAIS, VEJA.....

- 2 Crônicas 29.18-36

- Salmo 50

- Apocalipse 19.1-9

TIRE UM TEMPO! (Salmo 150) PENSAR 🤔 TEOLOGIA... Com Carlos Ribeiro: #03- Adoração...

Tatiana com frequência reserva um tempo para louvar, especialmente quando algo bom acontece em sua vida, como quando ela fez uma nova amizade, encontra algo que havia perdido, ou quando a gripe se foi. 

As vezes, ela pega e violão para louvar Deus com um cântico. "Especialmente se alguns amigos estão por perto e estamos todos celebrando", diz Tatiana. "Nós gostamos, de cantar alguns cânticos, rir por nos sentirmos bem, ou então orar juntos. No Final da última primavera, as coisas começaram a ficar movimentadas para Tatiana. Ela começou a esquecer de reservar tempo para adorar a Deus. "Perdi minha habilidade de ser grata durante a turbulência dos exames finais e na procura de um trabalho para o verão", diz ela. Mas Isso não foi por muito tempo. "Eu não agüentava mais", confessa Tatiana. "Sem reservar um tempo pra adorar a Deus, comecei a achar que tudo era normal na minha vida. Deixei de ser agradecida. Isso pode parecer estranho, mas as coisas boas não eram tão boas sem a celebração."

Tatiana entendeu as bênçãos singulares decorrentes da adoração a Deus. O Salmo 150 expressa Aquilo que Tatiana sente quando adora a Deus.

- Como a atitude de Tatiana é parecida com a atitude do salmista neste texto? 

- Por que você acredita que é bom adorar e agradecer a Deus? O que acontece com a nossa atitude se não o fazemos?

QUE TAL...

- fazer uma lista de itens iniciando com a frase "Louvo a Deus por...

- Ter um  diário de "bênçãos" para não ficar ocupado demais e esquecer de louvar a Deus e celebrar as coisas que Ele dá a você.

PARA INFORMAÇÕES ADICIONAIS, VEJA...

1 Crônicas 23.1-5
Salmo 147
Lucas 2.8-14

quarta-feira, 17 de março de 2021

#13 O QUE É O TRINITARIANISMO? É O TRINITARIANISMO BÍBLICO?

Trinitarianismo é o ensino de que Deus é triúno, que Ele tem Se revelado em três Pessoas co-iguais e co-eternas. Para uma apresentação bíblica e detalhada da Trindade, por favor leia nosso artigo sobre o que a Bíblia ensina sobre a Trindade. O propósito desse artigo é apenas discutir a importância do Trinitarianismo em relação à salvação e vida Cristã.

Frequentemente recebemos a pergunta: "tenho que acreditar na Trindade para ser salvo?" A resposta é – sim e não. Tem uma pessoa que compreender totalmente e concordar com todos os aspectos do Trinitarianismo para ser salvo? Não. Há certos aspectos do Trinitarianismo que fazem um papel importante em salvação? Sim. Por exemplo, a divindade de Cristo é de importância crucial à doutrina da salvação. Se Jesus não fosse Deus, Sua morte não poderia ter pago a penalidade infinita do pecado. Só Deus é infinito – Ele não teve um começo e não tem um fim. Todas as outras criaturas, incluindo os anjos, são finitos – eles são todos seres criados. Apenas a morte de um Ser infinito poderia expiar pelo pecado da humanidade por toda a eternidade. Se Jesus não fosse Deus, Ele não poderia ser o Salvador, o Messias, o Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo (João 1:29). Uma opinião não bíblica da natureza divina de Jesus resulta em uma opinião errada sobre salvação. Toda seita "Cristã" que nega a divindade verdadeira de Cristo também ensina que precisamos adicionar nossas obras à morte de Cristo para podermos ser salvos. A verdadeira e completa divindade de Cristo, um aspecto do Trinitarianismo, refuta esse conceito.

Ao mesmo tempo, reconhecemos que há seguidores genuínos de Jesus Cristo que não defendem o Trinitarianismo por completo. Enquanto rejeitamos Modalismo, não negamos que uma pessoa pode ser salva e acreditar que Deus não é três Pessoas, mas simplesmente Se revelou de três “modos”. A Trindade é um mistério que nenhum ser humano finito pode completamente e perfeitamente compreender. Para salvação ser recebida, Deus exige que confiemos em Jesus Cristo, Deus encarnado, como Salvador. Para salvação ser recebida, Deus não exige aderência completa a todo preceito de teologia Bíblica como a Bíblia ensina. Não, entendimento completo e concordar completamente com todos os aspectos do Trinitarianismo não são necessários para salvação.

Defendemos fortemente que Trinitarianismo é um doutrina baseada no que a Bíblia ensina. Proclamamos de forma dogmática que compreender e acreditar no Trinitarianismo bíblico é crucialmente importante para a compreensão de Deus, salvação, e o trabalho contínuo de Deus na vida dos seguidores de Cristo. Ao mesmo tempo, têm existido homens que amam a Deus, seguidores genuínos de Jesus Cristo, que têm tido certos desacordos com aspectos do Trinitarianismo. É importante lembrar que não somos salvos por ter uma doutrina perfeita. Somos salvos ao confiar no nosso perfeito Salvador (João 3:16). Temos que acreditar em certos aspectos do Trinitarianismo para sermos salvos? Sim! Temos que concordar totalmente com todas as áreas do Trinitarianismo para sermos salvos? Não!



 

#12 O QUE É O PÓS-MILENIALISMO/PÓS-MILENISMO?

O pós-milenismo é uma interpretação de Apocalipse, capítulo 20, que vê a segunda vinda de Cristo como ocorrendo após o "milênio", uma era dourada da prosperidade e dominância cristã. O termo inclui várias opiniões semelhantes do fim dos tempos e existe em contraste ao pré-milenismo (a visão de que a segunda vinda de Cristo ocorrerá antes do Seu reino milenar e que o reino milenar é um reino de 1000 anos literais) e, em menor contraste, ao amilenismo (sem milênio literal).

O pós-milenismo é a crença de que Cristo vai retornar depois de um período de tempo, mas não necessariamente 1000 anos. Aqueles que defendem essa opinião não interpretam literalmente as profecias ainda não cumpridas. Eles acreditam que Apocalipse 20:4-6 não deva ser interpretado literalmente e que 1000 anos simplesmente significa “um longo período de tempo”. Além disso, o prefixo “pós” em pós-milenismo denota que Cristo vai retornar depois que os cristãos (não o próprio Cristo) estabelecerem o reino na terra.

Aqueles que defendem o pós-milenismo acreditam que o mundo vai ficar melhor e melhor – apesar de toda a evidência de que o contrário esteja acontecendo - com o mundo inteiro eventualmente se tornando “Cristianizado”. Depois que isso acontecer, Cristo vai retornar. No entanto, essa não é a visão do mundo no fim dos tempos que a Bíblia apresenta. No livro de Apocalipse, é fácil ver que o mundo será um lugar horrível durante aquele tempo futuro. Além disso, em 2 Timóteo 3:1-7 Paulo descreve os últimos dias como “tempos terríveis”.

Aqueles que defendem o pós-milenismo usam um método não literal de interpretar profecias ainda não cumpridas, acrescentando o seu próprio significado às palavras. O problema com isso é que quando se começa a dar significados diferentes a palavras além do seu sentido normal, uma pessoa pode decidir que uma palavra, frase ou sentença significa qualquer coisa que queira que signifique. Toda a objetividade em relação ao sentido das palavras é perdido. Quando as palavras perdem o seu significado, a comunicação cessa. No entanto, não foi assim que Deus quis que a linguagem e comunicação fossem. Deus se comunica conosco através de Sua palavra escrita, dando um significado objetivo às palavras para que as ideias e pensamentos possam ser comunicados.

Uma interpretação normal e literal das Escrituras rejeita o pós-milenismo e defende uma interpretação normal de todas as Escrituras, inclusive das profecias ainda não cumpridas. Temos centenas de exemplos nas Escrituras de profecias sendo cumpridas. Tomemos, por exemplo, as profecias sobre Cristo no Antigo Testamento. Aquelas profecias foram cumpridas literalmente. Considere o nascimento virgem de Cristo (Isaías 7:14; Mateus 1:23). Considere a Sua morte pelos nossos pecados (Isaías 53:4-9; 1 Pedro 2:24). Essas profecias foram cumpridas literalmente e isso é motivo suficiente para acreditarmos que Deus continuará cumprindo a Sua Palavra literalmente. O pós-milenismo falha por interpretar a profecia bíblica subjetivamente e afirmar que o reino milenar será estabelecido pela Igreja, e não pelo próprio Cristo.



 

terça-feira, 16 de março de 2021

#11 O QUE É O PRÉ-MILENISMO?

O pré-milenismo, ou pré-milenialismo, é a visão de que a segunda vinda de Cristo ocorrerá antes do Seu Reino Milenar e que esse reino será um período literal de 1000 anos. Para que possamos compreender e interpretar as passagens nas Escrituras que lidam com os eventos do fim dos tempos, há duas coisas que precisamos claramente entender: um método apropriado de interpretar as Escrituras e a distinção entre Israel (os judeus) e a Igreja (o corpo de todos os crentes em Jesus Cristo).

Primeiramente, um método apropriado de interpretação das Escrituras requer que estas sejam interpretadas de uma forma consistente com o seu contexto. Isto significa que a passagem deva ser interpretada de forma consistente com o público para a qual foi escrita, aqueles de quem se escreve, por quem foi escrita, etc. É de crítica importância conhecer o autor, o público alvo e o contexto histórico da passagem interpretada. O pano de fundo histórico e cultural frequentemente revela o significado real da passagem. É importante também lembrar-se de que as Escrituras interpretam as próprias Escrituras. Ou seja, frequentemente uma passagem cobrirá um tópico ou assunto que também é mencionado em outra parte da Bíblia. É importante interpretar todas estas passagens de forma consistente umas com as outras.

Finalmente, e mais importante, as passagens devem sempre ser interpretadas pelo seu significado normal, regular, simples e literal, a não ser que o contexto da passagem indique ser figurativa por natureza. Uma interpretação literal não elimina a possibilidade do uso de figuras de linguagem. Ao contrário, encoraja o intérprete a não ler uma linguagem figurativa no significado de uma passagem a não ser que seja apropriado para aquele contexto. É crucial que nunca se busque um significado “mais profundo, mais espiritual” do que o apresentado. Espiritualizar uma passagem é perigoso porque a base da interpretação exata é colocada na mente do leitor, ao invés de vir direto das próprias Escrituras. Neste caso, não haverá qualquer padrão objetivo de interpretação; pelo contrário, as Escrituras se tornam sujeitas à impressão própria de cada pessoa a respeito do que significam. II Pedro 1:20-21 nos lembra: “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo.”

Ao aplicar estes princípios de interpretação bíblica, deve-se ver que Israel (os descendentes físicos de Abraão) e a Igreja (todos os crentes) são dois grupos distintos. É crucial reconhecer e compreender que Israel e a Igreja sejam distintos porque, se isto for mal compreendido, a Escritura será mal interpretada. Especialmente propensas a erros de interpretação são passagens que lidam com as promessas feitas a Israel (tanto as cumpridas quanto as que ainda não foram cumpridas). Tais promessas não devem ser aplicadas à Igreja. Lembre-se de que o contexto da passagem determinará a quem se dirige e apontará à interpretação mais correta.

Tendo em mente tais conceitos, daremos uma olhada em várias passagens da Escritura que lidam com a visão pré-milenista. Gênesis 12: 1-3 diz: “Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei e engrandecerei o teu nome; e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem, e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.”

Aqui, Deus promete três coisas a Abraão: Abraão teria muitos descendentes, a sua nação teria posse e ocuparia uma certa terra, e uma bênção universal viria a toda a humanidade da linha de descendência de Abraão (os judeus). Em Gênesis 15:9-17, Deus confirma o Seu pacto com Abraão. Pela forma em que isto é feito, Deus toma sobre Si toda a responsabilidade pelo pacto. Ou seja, não há nada que Abraão pudesse ou não fazer que invalidaria o pacto feito por Deus. Também nesta passagem, as fronteiras são estabelecidas para a terra que os judeus um dia ocupariam. Para uma lista detalhada das fronteiras, veja Deuteronômio 34. Outras passagens que lidam com a promessa da terra: Deuteronômio 30:3-5 e Ezequiel 20:42-44.

Em II Samuel capítulo 7, vemos a promessa feita por Deus ao Rei Davi. Aqui Deus promete a Davi que ele teria descendentes e que destes descendentes Deus estabeleceria um reino eterno. Isto se refere ao reinado de Cristo durante o Milênio e para sempre. É importante ter em mente que esta promessa deve ser cumprida literalmente e que ainda não o foi. Alguns creem que o reinado de Salomão tenha sido o cumprimento literal desta profecia, mas há um problema com isto. O território sobre o qual Salomão reinou não pertence a Israel hoje e Salomão tampouco reina sobre Israel hoje! Lembre-se de que Deus prometeu a Abraão que sua descendência teria posse da terra para sempre. Além disso, II Samuel 7 diz que Deus estabeleceria um Rei que reinaria pela eternidade. Salomão não poderia ser um cumprimento da promessa feita a Davi. Sendo assim, esta é uma promessa que ainda não foi cumprida.

Agora, com tudo isso em mente, examine o que está registrado em Apocalipse 20:1-7. O período de mil anos que é repetidamente mencionado nesta passagem corresponde ao reinado literal de 1000 anos de Cristo sobre a terra. Lembre-se de que a promessa feita a Davi a respeito de um governante tem que ser cumprida literalmente e ainda não o foi. O pré-milenismo vê esta passagem como descrevendo o cumprimento futuro dessa promessa com Cristo no trono. Deus fez pactos incondicionais com Abraão e Davi. Nenhum destes pactos foi ainda completamente ou permanentemente cumprido. Um reinado físico e literal de Cristo é a única maneira para que os pactos sejam compridos da forma em que Deus prometeu que seriam.

A aplicação de um método literal de interpretação da Escritura resulta nas peças do quebra-cabeça se juntando. Todas as profecias do Antigo Testamento que tratavam da primeira vinda de Jesus foram literalmente cumpridas. Sendo assim, devemos esperar que as profecias a respeito de Sua segunda vinda também serão cumpridas literalmente. O pré-milenismo é o único sistema que concorda com uma interpretação literal dos pactos de Deus e profecia do fim dos tempos.

#01 A BÍBLIA ENSINA A ÉTICA SITUACIONAL?

A Bíblia ensina a ética situacional? A ética situacional é uma visão particular da ética moral que sustenta que a moralidade de um ato é det...