AQUI ESTÃO TRÊS VISÕES DISTINTAS:
A. Esse livro contém a mente de Deus, o esta do do homem, o caminho da salvação, o fim dos pecadores e a felicidade dos cristãos. Suas doutrinas são santas, seus preceitos são obrigatórios, suas histórias são verdadeiras, e suas decisões são imutáveis.
LEIA-A para ser sábio, creia nela para estar seguro e pratique-a para ser santo. Ela contém a luz para dirigi-lo, alimento para sustentá-lo e consolo para animá-lo. Ela é o mapa do viajante, o cajado do peregrino, a bússola do piloto, a espada do soldado e a passagem do cristão.
Aqui, o paraíso é restaurado, os céus são abertos, e os portões do inferno revela dos. Cristo é o seu grande objetivo, nosso
bem é seu desígnio, e a glória de Deus é seu fim. Ela deve preencher a memória, dirigir o coração e guiar os pés. Leia-a lentamente e frequentemente, e em oração. É dada a você em vida, será aberta no julgamento e, para sempre, lembrada. Ela envolve a mais alta responsabilidade, recompensará o maior trabalho, e condenará a todos quantos menosprezam seus conteúdos sagrados.
B. A Bíblia é um belo palácio construído com 66 blocos de mármore sólido - os 66 livros. No primeiro capítulo de Gênesis, entramos no vestíbulo, cheio com os atos poderosos da criação. O vestíbulo dá acesso aos tribunais - os cinco livros de Moisés - pelos quais chegamos à galeria dos quadros dos livros históricos. Aqui, encontramos, penduradas nas paredes, cenas de campos de batalha, representação de atos heroicos e retratos de homens eminentes pertencentes aos primeiros dias da história.
Além da galeria de quadros, encontramos a câmara do filósofo - o livro de Jó - e, passando por ele, entramos na sala da música - o livro de Salmos - onde ouvimos as mais grandiosas músicas que jamais entraram nos ouvidos humanos.
Então, chegamos ao escritório - o livro de Provérbios - onde, bem ao centro da sala, encontramos o lema: A justiça exalta as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos.
Do escritório, passamos para a capela - Eclesiastes, ou Cântico dos Cânticos com a rosa de Sarom e o lírio dos vales, e todos os tipos de finos perfumes, frutas, flores e pássaros canoros.
Finalmente, alcançamos o observatório - os Profetas, com seus telescópios fixados em estrelas próximas e distantes, e todos voltados para “a brilhante estrela da manhã”, que, em breve, se levantaria.
Atravessando o pátio, entramos na câ mara de audiências do Rei - os Evangelhos - onde encontramos quatro retratos vivi dos e realistas do próprio Rei. A seguir, passamos para o estúdio do Espírito Santo - os Atos dos Apóstolos - e além deste, a sala da correspondência - as epístolas - onde vemos Paulo, Pedro, Tiago, João e Judas ocupados em suas escrivaninhas.
Antes de sair, paramos por um momento na galeria externa - o Apocalipse - onde olhamos para alguns quadros marcantes dos julgamentos por vir, e as glórias a se rem reveladas, concluindo com uma im pressionante e inspiradora imagem da sala do trono do Rei.
C. Nascida no oriente e vestida de forma e imagens orientais, a Bíblia anda pelos caminhos de todo o mundo com pés familiares e entra em terra após terra para encontrar sua própria onipresença. Ela chega ao palácio, para dizer ao monarca que ele é um servo do Todo-poderoso, e, no casebre, para garantir ao camponês que ele pode ser um filho de Deus. As crianças, maravilhadas e encantadas, ouvem suas histórias, e sábios ponderam sobre elas como parábolas da vida.
Ela tem uma palavra de paz para o mo mento do perigo, uma palavra de consolo para o momento da calamidade, uma pa lavra de luz para a hora da escuridão. Seus oráculos são repetidos na assembleia do povo, e seus conselhos sussurrados no ouvido do solitário. O perverso e o orgulhoso tremem diante de suas advertências, mas para o ferido e o penitente ela tem a voz de uma mãe.
Nenhum homem é pobre ou desolado se tem esse tesouro para si. Quando a pai sagem escurece e o peregrino trêmulo chega ao vale chamado de sombra, ele não tem medo de entrar; ele toma a vara e o cajado das Escrituras em suas mãos, e diz para seu amigo e camarada: “Adeus, nos encontraremos novamente”; e, con solado por tal apoio, ele segue em direção à passagem solitária como aquele que ca minha das trevas para a luz. (Henry Van- Dyke)